Ecos da Mata: um case de sucesso da PUC-Rio brilha no Panorama Brasil da gamescom latam 2025


Vinicius
Vinicius Melo
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Editor-chefe Watermelo, cientista da computação e escritor iniciante.

sexta, 9 de maio de 2025 14h 49min

Soneka Games - Ecos da Mata
(credit image: Soneka Games - Ecos da Mata )

Durante a gamescom latam 2025, o estúdio Soneka Games, reconhecido como um case de sucesso da PUC-Rio, marcou presença no Panorama Brasil com o jogo Ecos da Mata. Trata-se de um RPG de ação com visão de cima para baixo que mergulha em temas como preservação ambiental, colonialismo e folclore. Ambientado em um universo de fantasia profundamente inspirado pela cultura brasileira, o jogo convida os jogadores a acompanhar a jornada de Aiyra, uma jovem bruxa que precisa restaurar o equilíbrio da misteriosa Floresta Ronca, ameaçada por forças desconhecidas.


Em conversa com Jonas Breda, artista e diretor do projeto, ficou evidente que a trajetória do jogo é marcada por marcos significativos, desde sua concepção como trabalho de conclusão de curso. “Ecos da Mata nasceu como meu projeto de TCC, do curso de Design de Mídia Digital da PUC-Rio”, explicou Jonas. “Um momento muito importante durante a produção foi a primeira exposição pública do jogo, no dia de demonstração dos projetos de estudante. Foi a primeira vez que recebi feedbacks em quantidade, que foram em sua grande maioria muito positivos.”


Além do reconhecimento inicial, a participação na SBGames 2024, em Manaus, foi decisiva para o amadurecimento do projeto. Segundo Jonas, “lá eu conheci muitas pessoas da indústria, além de crianças e adolescentes que jogaram e adoraram a proposta do jogo e a arte. [...] Apesar de não ser vencedor, ficou em segundo lugar em voto popular.” Ele também mencionou um momento especial de retorno durante o Panorama Brasil: “um desenvolvedor criticou inúmeros aspectos da demo, para depois dizer que achou que foi o jogo mais legal do panorama. Isso prova que o conceito é sólido.”


A equipe do estúdio Soneka Games preparou diversas ações específicas para a feira em São Paulo. “Fizemos muitas coisas para a gamescom, desde trailer a artes novas, página na Steam e polimento de conteúdo. Queríamos que o jogo chegasse com o maior impacto possível”, afirmou o diretor. Sobre os critérios de avaliação do impacto da presença no evento, Jonas destacou: “metrificamos o sucesso principalmente em wishlists e seguidores no Instagram, mas acredito que ele vem muito além disso, com feedbacks, entrevistas e contatos com o pessoal da indústria.”


O evento também reacendeu discussões sobre os critérios de seleção dos jogos expostos, especialmente após declarações públicas de uma publicadora questionando a qualidade de alguns títulos presentes. Para Jonas, o debate é válido, mas precisa ser equilibrado: “não fiquei por dentro das críticas em relação à qualidade dos jogos no evento, mas acredito que a grande maioria dos jogos tinham bastante a oferecer.” Ele acrescenta: “não acredito que houve falha no controle de qualidade, mas concordo que talvez os critérios de avaliação poderiam ter sido melhor transmitidos para os desenvolvedores.”


Questionado sobre os ataques diretos a projetos selecionados, Jonas foi enfático: “críticas construtivas sobre jogos expostos na Gamescom são super válidas e muito bem-vindas. Ataques de ódio e críticas sem base, porém, sou contra e acredito que são inaceitáveis.” Para ele, cabe à organização do evento um posicionamento firme na defesa dos desenvolvedores.


Sobre a infraestrutura oferecida no Panorama Brasil, o diretor mencionou pontos positivos e negativos. “A localização próxima à entrada do evento e o material gráfico impresso compuseram bastante o display”, destacou. Contudo, apontou limitações estruturais que dificultaram a experiência dos expositores: “a falta de equipamentos fornecidos, de tomadas e a ausência de opções de alimentação com preços acessíveis foram problemas reais.” Jonas também comentou sobre a exaustiva carga horária do evento, agravada por penalidades aplicadas a quem se ausentasse do estande.


Na avaliação geral da gamescom latam e do BIG Festival 2025, Jonas reforçou a relevância do espaço oferecido aos estúdios independentes: “o espaço foi muito bom para entrar em contato com outros devs e apresentar o jogo ao público.” Ainda assim, sinalizou que “as falhas vêm muito na forma de suporte para os desenvolvedores, que em sua maioria terminaram completamente exauridos.”


Por fim, o artista refletiu sobre a importância desses eventos para o ecossistema de jogos independentes no Brasil. “Acredito que eventos como a gamescom latam são cruciais para jogos indie como o nosso, que estão precisando de formas de chegar ao público e a outros devs”, concluiu. “Algo gratuito como o Panorama Brasil, que é acessível a desenvolvedores nesse começo, faz toda a diferença.”




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